quarta-feira, 26 de outubro de 2011

As quatro estações da poesia



Primavera
A poesia floresce impunemente,
E fala sem impostação.
Escrever vem do coração,
Que não pode conter o que sente.
Verão
Leituras alteram a consciência.
Criar já não é ato espontâneo.
Há que ser contemporâneo
E queimar ao Sol da influência.
Outono
Amarelece a emoção pura.
É tempo de racionalizar o poema.
Retire-se dele toda inspiração pequena.
E busque-se o essencial que perdura.
Inverno
A perspectiva do fim harmoniza tudo.
O poeta uniu razão e sentimento.
Sua voz, inconfundível, toma alento
E ecoará mesmo quando ele já estiver mudo.

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