Para não cometer a indelicadeza de deixar passar em brancas nuvens a chegada do outono, executei ontem um pequeno ritual. Acompanhado pela garrafa de um tinto carmenére, sentei-me numa das cadeiras da parte de trás da casa e mantive por alguns instantes um inspirador diálogo com a brisa do fim da tarde e a luz do pôr do sol. O silêncio da casa vazia foi quebrado por uma voz interior que me sussurrava aos ouvidos alguns versos de Robert Frost. Não resisti a procurar o livro, levá-lo para a mesa e, entre uma taça e outra, passar de novo os olhos pelas frases de "October":
Oh hushed Octorber morning mild,
Thy leaves have ripened to the fall,
Tomorrow's wind, if it be wild
Should waste them all
1 comentários:
Gostei de saber do vinho e do rito. Acho que fui indelicada com o outono, Márcio. E apesar de sabê-lo necessário e até gostar de suas cores e nuances em tons pastéis, hibernar à esta época, por vezes me contrai além da medida.
Mas o clima anda tão louco e a natureza tão desregulada pelo Homem que provávelmente tenhamos um outono atípico.
"...The leaves have ripened to the fall..." Belo recorte!
Um abraço
P.S.
Depois do vinho, uma Neosa?
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