sábado, 20 de junho de 2009

Ocupações: 10 coisas que eu gostaria de fazer

As profissões que tenho — empresário, jornalista, professor universitário — podem até dizer algo de mim. Mas são as profissões que já desejei ter e não tive que melhor me definem. Estas não passam no cadastro geral do Ministério do Trabalho e não podem ser aprendidas em cursos superiores ou profissionalizantes. Nem por isso penso que sejam menos interessantes. Aqui vão elas, mais ou menos na ordem em que apareceram em minha mente desde a infância até aqui.

* Observador de telhados - A idéia surgiu-me da fascinação pelos lugares altos e da constatação de que os telhados têm uma beleza peculiar, que se distingue da beleza do resto das construções que protegem.

* Avaliador de ventos - Penso que é das mais úteis profissões que se poderia criar. Um avaliador seguro pode, por exemplo, apontar os dias mais adequados a empinar pipas. Se necessário, pode formar dupla com o crítico de tempestades.

* Catalogador de sombras - Imprescindível ocupação que consiste em relacionar todas as árvores de cada jardim ou alameda das cidades pequenas, classificando-as conforme a sombra que projetam.

* Crítico de tempestades - Uma das mais interessantes ocupações que já me ocorreram, essa consiste em avaliar a estética das chuvas e ventanias a partir da música que fazem nas folhas das árvores e nos telhados.

* Inventor de caminhos - Na realidade, essa é uma profissão que ando a exercer nas horas vagas. Seu trabalho é descobrir trajetos alternativos para passeios, classificando-os numa escala em que os melhores são os mais longos e inusitados.

* Registrador de nuvens - Ver imagens nas nuvens é fundamental, mas registrar essas imagens num boletim periódico também o é. Daí a idéia dessa ocupação, que me parece das mais importantes para a sociedade.

* Descobridor de recantos - Tenho tido o prazer de exercer essa profissão. Ela consiste em avaliar, em cada lugar, quais são aqueles pontos em que podemos ficar por alguns minutos sem ser notados, dando atenção apenas aos nossos pensamentos.

* Analista de terraços e varandas - Outra ocupação de grande proveito para a sociedade, na medida em que permite medir a capacidade que cada espaço tem de desanuviar a mente. Também inclui a análise de alpendres e janelas de sótão.

* Auditor de bosques e jardins - Essa é outra que, a rigor, já exerço. Trata-se de inventariar os tipos de brincadeiras que podem ser desenvolvidas em cada lugar, que é valorizado na proporção em que estimula a imaginação.

* Historiador de insignificâncias - Talvez seja a minha predileta. É a ocupação de listar o que faz com que as pessoas fiquem felizes sem motivo, como um poente depois de um dia estafante ou uma aragem em meio ao calor da noite.

4 comentários:

SÉRGIO SENA disse...

Meu amigo
No meu viver aprendi que:
ao entardecer sempre existe um amanhecer
o sol brilha para todos nós, mas no nosso país ainda existe a discriminações por aqueles que redigem suas leis, mas somos nós os responsáveis por não saber votar.
aprendi que, atras de morro tem morro, alguns mais altos, outros não.

que com uma letra não se escreve uma palavra
uma palavra não escreve um livro

um tijolo não constrói uma casa muito menos uma cidade

mas com a união das letras e palavras se escreve um livro

com a união dos tijolos podemos construir uma casa uma cidade

com uma ressalva....>> é atráves dos pequenos detalhes, que se faz a grande diferença entre o crescer e o retroceder.

tenha um otimo final de semana
abraços
Sérgio Sena - Lobo solitario

Clea Pinheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luisa Carminatti disse...

Márcio,
Se eu encontrasse um livro de histórias insignificantes, escrito no seu estilo, eu compraria para mim e para presentear amigos. É muito agradável a leitura dos seus textos assim.
Continue.

silvana tavano disse...

Márcio, eu prestaria vestibular pra todas essas maravilhosas carreiras! Lindo post.