domingo, 14 de junho de 2009

Cartas do exílio - 1

A consciência, essa faculdade da qual os racionalistas tanto se orgulham e que dizem ser o que distingue a espécie humana das demais, costuma pregar peças naqueles que se demoram a analisá-la. Uma delas, que mais parece um castigo para quem pensa de modo excessivo, é fazer com que nos sintamos de vez em quando como estrangeiros em nossa própria vida, ao ponto de nos admirarmos com aquilo que há pouco pensamos, escrevemos ou dissemos, como se um outro o tivesse pensado, escrito ou dito. Em que ponto do mundo está, afinal, alguém que se sente exilado de si mesmo? A que pátria regressará aquele que de repente se descobre estranho dentro do próprio eu e perde a familiaridade que pensava ter com idéias, valores e sentimentos trazidos de longa data? Eis a questão.

2 comentários:

Lia Noronha disse...

Estará naturalmente se ocultando no lugar dos sentimentos...que fica bem dentro do coração..terreno sensível que engrandece qualquer um que nele souber conviver!
Uma boa noite de Domingo pr ati querido.
Fique na paz.

Lia Noronha disse...

Abraços de bom começo de semana pra ti Marcio.
Bom trabalho.