Até segunda ordem, estou fora do ensino superior. Depois de vários anos atuando como professor de lógica aplicada ao raciocínio jurídico, de prática intensiva jurídica, argumentação avançada, língua latina e literaturas de língua inglesa, e como orientador de metodologia de pesquisa para dissertações em cursos de Direito e Letras, jogo a toalha e me retiro de cena. A culpa não é, de modo algum, da instituição em que venho lecionando, na qual tenho feito bons amigos, muito menos dos meus alunos, pelos quais desenvolvo sempre uma fraternal e sincera afeição, que tem sido recíproca em todas as situações, o que muito me honra.
A culpa é minha, somente minha. Um rápido exame crítico de minhas experiências docentes me levou a crer que eu me equivoquei em algum ponto. O resultado desse equívoco é que renunciei a continuar pesquisando na amplitude e na profundidade a que me propus no início de minha carreira docente no ensino superior. Fiz isso, talvez sem o perceber, em favor de uma repetição indevida de informações que se tornou tanto mais perniciosa, quanto mais o tempo passa. Esqueci, e não sei bem como pude incorrer nessa tolice, que ser aluno e aprendiz é mais instigante do que ser mestre e que só vale a pena ensinar se pudermos aprender
Quando acordei do torpor em que me vi mergulhado, estava familiarizado com os conteúdos das disciplinas que lecionava ao ponto de repeti-los mais ou menos como um relógio repete as horas: exatamente do mesmo modo. Já não me lembrava sequer de quando foi a última em que me havia sentado para pensar um ângulo novo para os pontos centrais das disciplinas que leciono; estava tão afeito à melhor maneira de transmitir dados, que me esqueci de que é preciso descobrir novos arranjos mentais para os dados e, se possível for, novos dados a serem dispostos em outros arranjos.
Profundamente insatisfeito com a minha mediocridade docente e com a minha incapacidade de imprimir a meu trabalho a diretriz que penso que ele deve ter, não por me julgar capaz de grandes realizações, mas por não aceitar a preguiça mental que leva à estagnação e à monotonia, volto minhas energias para o jornalismo e para as minhas atividades empresariais, em busca de tempo para reestruturar a busca contínua de informações que possam ser transformadas em saber, único caminho válido, no meu modesto entendimento, para quem não vê na educação apenas uma mercadoria a ser produzida em massa.
7 comentários:
Parabens pela sua humildade... se se sentir bem e realizado e acha que pode desempenhar um melhor papel nesse seu objetivo, va em frente. Tambem nao tolero o comodismo, sobretudo o psicologico... a vida so tem sentido se usarmos a nossa capacidade de aprendizagem em pratica... felicidades e como avô tambem, sua neta é linda
É estranho, eu estou sempre procurando novos angulos e inventando coisas, estou sempre querendo esse saber insabido e me vejo, lendo o seu texto, como uma estudante! Estou sempre pesquisando e querendo mais para oferecer com carinho aos meus alunos. Não sei se é preciso parar para rever posições. No seu lugar, eu ia atrás dessa instância perdida dentro da sala de aula. Mas você é quem sabe, não é mesmo?
beijo
Carpe Diem!!
Márcio! Não sei que tipo de professor vc é, mas, a julgar pelos seus textos, sua "mediocridade" deve superar em qualidade mais de 80%dos docentes universitários do país...Imagino que, a despeito de sua auto-crítica, será uma perda e tanto para seus alunos...Abração!
OUtra coisa: como se faz para evitar esse spam japonês/chinês nos nossos blogs, hein??!!! putz, que coisa chata!!! rsrsr
Abraços diretamente do meu Cotidiano pr avc Marcio.
Acho que vc deveria fazer uma experiência de trabalhar com o segundo grau...principalmente com o pré vestibular...então morreria de saudades das suas salas de aula de curso superior.
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Nunca pensei que você, Marcio, pudesse ter este tipo de comporamento. Sei qe conheço pouco de ti, mas sei que és um excelente professor; adoraria assistir suas aulas.Mas confesso que fico feliz com sua capacidade de auto-avaliação; pouquíssimos professores de nível superior tomam esta atitude e creio que a maioria deveria fazer o mesmo. Não de se afastar (acho que é radical demais) mas de reconhecer que mudar a metodologia (será que estou falando besteira?) as vezes é bom,não só para o docente, como para o discente. beijos e boa sorte na sua carreira.
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