terça-feira, 2 de junho de 2009

A verdade do estilo

Rios de palavras
Isso a que se chama ter um estilo pode se tornar perigoso para quem assume o ofício de escrever sobre a própria vida. O estilo muitas vezes é uma automação, um hábito de linguagem que faz com que as palavras brotem com facilidade a partir de padrões já conhecidos e testados. Mas a vida interior, com seus sentimentos e sensações, não tem padrões tão nítidos e rígidos assim. Ela rejeita soluções prontas. É feita de matizes difíceis de classificar e está sujeita a mudanças e até a incoerências, o que explica termos pensamentos que se contradizem.
O estilo, feito de acomodações, mantém-se o mesmo diante dessas mudanças. Pode surgir então um hiato entre o que sentimos e pensamos e aquilo que dizemos, e terminamos com a sensação de termos traído a nós mesmos no momento de expressar aquilo que temos de mais profundo. Daí que o estilo ideal para quem escreve sobre si mesmo deve ser como a água dos rios: capaz de adptar-se a cada lugar por onde corre e fiel apenas à sua essência, que é a de seguir seu curso e dar vazão à sua torrente, reinventando-se em cada curva do trajeto.

5 comentários:

Lia Noronha disse...

Reinventar-se sempre...esse é ogrande desafio de quem vive na Literatura...com ou sem estilo!!!
Abraços carinhosos diretamente do meu Cotidiano.

Biba disse...

Dar vazão à corrente, sim, e reinventar-se sempre. Escrever é um ofício danado que a gente tem que acarinhar sempre.

Beijo,
Carpe Diem!!

VaneideDelmiro disse...

Ser fiel a própria essência...
Um desafio na escrita e na vida, se é que podemos separá-las...

Volto para ler o que contas sobre a vida.
Parabéns pelo blog!

Lia Noronha disse...

Abraços carinhosos pra vc Marcio nesse começo de semana...ensolarada por aqui!!!

Unknown disse...

good post...