sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Intervalo felliniano

A leitura de poesia perdeu, ainda que momentaneamente, a batalha pela minha atenção no tempo livre. O vencedor é o cinema europeu, sobretudo o dos anos 50 a 80. Numa sequência que já dura dois meses, redescobri o Bergman de "Vergonha" e "A paixão de Ana", que é também o soberbo diretor de "Fanny e Alexander". Truffaut compareceu ao meu festival doméstico de cinema revisitado com "Os desajustados", obra-prima tocante em preto e branco.
A culminância da série, até aqui, fica com o Fellini de "Armarcord" e "E la nave va". Nenhuma pessoa afeita às coisas do espírito deveria morrer sem antes assistir aos dois filmes do mestre italiano. Como não admirar sua magnífica coragem de se opor ao cânone de Hollywood com humor peculiar, personagens que ousam ser complexos e enredos com andamento independente da corrente principal da narrativa cinematográfica contemporânea? Talvez eu não tenha, afinal, me afastado da poesia. Pois é poesia o que se vê em algumas das produções do cinema europeu.

Imagem: fotografia de Karl von Uthof/1898

1 comentários:

fêrlyvictoria disse...

Concordo com sua postagem, encontramos várias em filmes europeus principalmente os mais antigos.
Passando&seeguindo. Beijiinhos :*
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