"Paisagem de inverno com igreja", de Caspar David Friedrich (1774-1840),
pintor romântico alemão
Quando leio ou ouço debates a respeito de técnicas de criação artística e literária, é comum encontrar referências àqueles que, segundo a opinião de cada debatedor, são os maiores criadores em suas respectivas áreas, transformando-se, por isso, em modelos a serem seguidos pelos iniciantes. Acho possível que se encontre, de fato, inspiração nesses grandes nomes da criação. Mas ouso discordar de quem os coloca no topo da lista, pois acredito que as grandes criações artísticas retiram sua força não só de modelos já existentes, mas também, e sobretudo, de atitudes concretas diante dos fatos da vida.
Alguns dsses fatos estão à primeira vista desconectados do que se considera usualmente como sendo o campo da criação artística. Acredito, entretanto, que, se merecessem análise cuidadosa, eles revelariam verdadeiras e belas obras de arte. Penso, por exemplo, naqueles que perderam familiares em circunstâncias trágicas e dão origem a movimentos e entidades que tentam evitar que o mesmo ocorra a outras pessoas; ou naqueles que, tendo sofrido alguma outra grande perda ou desilusão, ou passado por uma experiência-limite de adoecimento, ressurgem do fundo de si mesmos com a disposição de ajudar os que por ventura passam pelo mesmo problema.
Em todos esses casos, o que existe é criação genuína extraída do âmago da vida em circunstâncias radicalmente adversas. Ao invés de se aniquilarem, muitas pessoas que vivenciaram tais circunstâncias trocaram a desilusão pela esperança e substituíram a amargura pela vontade de fazer algo de útil e belo de suas vidas. Tais pessoas deveriam ser ouvidas com atenção quando o assunto é criação, seja essa criação artística, científica, social, política ou de qualquer outro tipo. São elas, pela capacidade que têm de extrair vida até mesmo da morte, os maiores criadores do mundo.
O que esses grandes criadores fazem é simbolizado pela imagem da cruz verdejante, um dos temas recorrentes na pintura romântica européia, em especial a do alemão Caspar David Friedrich. Em imagens que coloco entre as mais belas do paisagismo ocidental, Friedrich compôs poderosas alegorias que mostram a cruz, símbolo da experiência de morte e perda para os cristãos, ao lado de árvores verdes, que remetem à ideia de renovação da vida. O simbolismo é belo e profundo: a superação e a esperança são as folhas que desabrocham do tronco seco da dor para mostrar que vale a pena continuar vivendo.
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